Para minha surpresa, minha primeira refeição lá foi uma coxinha de frango a lá brasileira. Deliciosa. Melhor café da manhã impossível (ou seria almoço? meio dia...).
Várias opções de coisas legais pra comer. Mas minha pão-duragem falou mais alto na maior parte do tempo. Comprei um chocolate com pétalas de rosas, muito
Por volta das 5 ou 6 horas comi um sanduíche no Quick, a versão francesa (e tão ruim quanto) do McDonalds. Uma promoção para estudantes (5 euros, sanduíche, batata e refrigerante) foi o suficiente pra me convencer.
Mais a noite, resolvi abrir um pouco mais a mão, e pagar um pouco mais em algo diferente. Entrei num restaurante bem bacana, com uma atendente atrapalhada, e pedi alguma coisa aleatória. Simplesmente olhei para as "especialidades da casa", escolhi um de preço médio, e fui ver no que que dava.
O nome do prato era vous-le-vent (não tenho idéia do que significa), uma espécie de estrogonofe com um folhado sem graça e batatas fritas. Pra ser bem honesto, eu gosto de coisas diferentes, mas isso estava extremamente sem graça.
No meio da madrugada, sentado no chão, com aquela mão suja que ficou o dia inteiro sem ver água, pegou em tudo que se pode pegar, resolvi comer uma mexerica. Estava deliciosa. E na fome, fica mais ainda.
De café da manhã, mais uma mexerica, e um chocolate quente. Não era tão bom quanto o chocolate que tomei na itália, mas deu pro gasto.
E finalmente, pra almoço, decidi que queria fazer a viagem valer a pena gastronomicamente também. Procurei por algo exótico. Eu quase me rendi ao escargot, mas o fato de os que eu vi estarem sendo vendidos na rua, em barraquinhas sujas, me fez desanimar com a idéia. Eu não duvidaria nada que os "moluscos" fossem lesmas catadas no chão da rua, por ali mesmo. Finalmente, eis que vi a luz. Um restaurante africano, com vários negões sarados. Pensei: "é aqui mesmo que vou comer algo exótico e másculo, condizente com minha virilidade". Olhei para o cardápio, vi algo com a palavra "tripes" no meio, e pensei: "é nóis!". Pra acompanhar, um "arroz cheiroso" (riz parfum, ou alguma combinação dessas palavras).
Basicamente, era um ensopado de tripa. Conhecido no Brasil por "buchada". Eu nunca tinha comido a versão brasileira, a africana seria então algo totalmente novo e exótico pra mim. Posso descrever o sabor como "interessante". O tempero era bom, mas a "carne" era borrachenta, eu tinha que mastigar umas 340 vezes para conseguir engolir. Além disso, a parte interna da tripa contém um tecido rugoso (possivelmente pra facilitar a absorção de nutrientes), que é um tanto quanto... desagradável. Dá a impressão de ser peludo. Em outras palavras, eu estava comendo uma muchiba peluda e bem temperada. O arroz estava muito bom, e me lembrou algo do arroz indiano, um cheiro forte e agradável.
E não, eu não comi couve de bruxelas.