Itália é fantástica. Eu poderia falar sobre infinitas coisas diferentes daqui, mas como esse é um blog de comida, falemos disso.
É verdade que o que eu conheço da itália se resume ao estado no extremo nordeste da itália, que inclui Trieste, Udine, e outras cidadezinhas menores. Conheci no ano passado também Veneza, mas nessa última não pude aproveitar nada da gastronomia, pois estava sem dinheiro e me contentei com biscoitos e frutas carregadas na mochila. E também é verdade que boa parte da minha experiência com comida aqui em Trieste (onde vou ficar por 3 semanas) consiste em comida da cantina do Instituto de Física local, e como todos sabem, não podem servir de parâmetro para comida.
No entanto, mesmo assim, tem alguns aspectos gerais que podem ser comentados. Pra começar, a comida do restaurante é deliciosa. Nada parecido com os usuais restaurantes universitários que estou acostumado. Não sei se isso é porque aqui é um instituto internacional de física (que recebe dinheiro da Unesco, da Onu, etc) ou se é porque eles são italianos. Eu arriscaria um pouco dos dois. Tive a chance de comer fora daqui algumas vezes, e a impressão geral é excelente.
O padrão é dividir a comida em dois pratos. Primo e Secondo, primeiro e segundo. As vezes essa nomenclatura é falha, como da vez que saímos pra jantar e o restaurante serviu três "primeiros" pratos e um segundo. Acho que para nós seria algo como "entradas". Tivemos Bruschettas (tem um "R" depois do "B"), polenta e risoto, de "entrada". E em geral o segundo prato é o que contem a quantidade significativa de carne, no caso desse jantar, muito Gulash com mais polenta.
Além da quantidade, existe outra coisa que me lembra a comida brasileira. Talvez os temperos utilizados. Talvez por ser uma comida "molhada", e ao mesmo tempo não muito oleosa, como os molhos que estou acostumado na Alemanha. Arrisco dizer que a comida (e o prazer por comer) foi uma das várias heranças que os italianos nos deixaram.
A propósito, isso é um ponto bem diferente entre Itália e Alemanha. Os alemães não dão tanto valor assim pra comida. É verdade que você encontra alguns pratos deliciosos na Alemanha, mas, em geral, alemães comem porque tem que comer. Isso não sou só eu que estou dizendo, diversos alemães já me confirmaram isso. Que comida não entra muito no "acervo" cultural deles.
Vamos agora para a sobremesa. Sorvetes e relacionados são uma ótima pedida. O sorvete italiano é famoso, e não é a toa. É simplesmente delicioso. Até hoje nunca esbarrei em sorvetes com gosto de sabão, por mais barato que seja. Os de fruta são de fruta mesmo, e não algo químico que acidentalmente ficou com um gosto que lembra vagamente alguma fruta.
É comum lembrarmos de pizzas e massas quando falamos em Itália. Quanto a massa, é verdade. Macarrão é padrão por aqui, embora lasanhas e semelhantes nem sempre. Mas pizza, embora já tenha comido algumas deliciosas (cito aqui uma fantástica de frutos do mar, num restaurante na beira do mar Adriático), essa região não é tradicional nisso. Por estarmos no mar, coisas com peixe e frutos do mar em geral são mais comuns. E todos os peixes que já comi até agora foram deliciosos, por mais simples que sejam.
Nesse ou no próximo ano devo passear pelo resto da Itália com mi amore, e poderei dizer o que achei dos outros lugares.
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