quarta-feira, 6 de abril de 2011

Espresso

O café italiano (que na verdade é brasileiro e asiático) é bom. Bom mesmo. Tem uma marca de café expresso aqui chamada illy. É delicioso. Vou dar algumas informações sobre café em geral, possivelmente inúteis, mas que mudaram a minha maneira de tomar café. Nunca mais vou beber um expresso da mesma forma.

O café illy é produzido aqui em Trieste. 50% de seus grãos vem do Brasil, a outra metade da Ásia e África. O café que vem do Brasil é barato, em grande quantidade, e de boa qualidade, e passa por um processo de secagem em geral diferente da outra metade. Isso faz com que os aromas em cada café sejam diferentes, alguns mais suaves, outros mais fortes. Achar a mistura certa é crucial.

Uma coisa que eu não tinha idéia é que existem dois tipos de café: Arabica e Robusta. O Arabica precisa de climas mais quentes e úmidos, é mais frágil, mas tem um ótimo aroma. É o mais comum no Brasil. O Robusta, como o nome diz, é mais resistente, suporta climas mais frios e secos, portanto é mais fácil de produzir, mas o sabor é pior. O café illy é produzido inteiramente de café Arabica.

A fábrica da illy se encarrega de analizar o café comprado. A maior parte do processo é feito roboticamente. Máquinas se encarregam de abrir e esvaziar as sacas de café, ímãs e outros equipamentos separam impurezas e objetos misturados nas sacas, e câmeras fazem a análise da cor das sementes, eliminando as que não estejam da cor ideal. As sementes são então torradas a uma temperatura de 220 graus Celcius, onde as sementes dobram de tamanho por causa da pressão interna de gás carbônico, mudam de verde para a cor amarronzada que conhecemos, e boa parte dos açúcares são alterados quimicamente.

O café torrado deve ser embalado imediatamente, pois é extremamente volátil. Em outras palavras, se não for embalado, ele simplesmente perde todo o aroma característico de um bom café. O processo de embalagem a vácuo, além de proteger o café de oxidação, faz com que as moléculas que dão o aroma "grudem" nos grãos ou no pó (para o caso do café moído), só sendo liberada depois quando o cafezinho é preparado.

Um bom café espresso simplesmente não precisa de açucar. O processo de preparo já o torna perfeitamente balanceado, a mistura perfeita de amargo e doce. E isso eu pude perceber na prática. Todos os cafés que tomei aqui (todos illy), estavam extremamente deliciosos, sem açucar.

É isso. Um monte de informação inútil mas legal.

Agora vou tomar um café.

Um comentário: